Tem coisas na vida que acontecem de surpresa e sem a gente planejar. Tem coisas que não fazem falta em nossa vida, mas quando acontece, nos perguntamos como vivemos tanto tempo sem isso. Tem coisas que preenche o vazio de nosso coração sem nem ao menos percebemos que faltava um pedacinho ali. E essa “coisa” não é uma coisa, na verdade, é um amigo de quatro patas, um bichinho de estimação, um parceiro feito de pelos, inocência e amor incondicional.
Me lembro até hoje do dia em que encontrei minha gatinha na rua, abandonada por um ser humano sem coração, com fome e cheia de pulgas. Ela era tímida, desconfiada e medrosa. Mas ao mesmo tempo, era a criatura mais linda que já vi na vida. Era uma bolinha de pelos que cabia na minha mão. Suas cores irreverentes se destacavam no meio daquele terreno abandonado. Eu não podia sair dali sem ela. Então, fomos para casa juntas.
Ao longo dos anos, meu amor por aquele animal foi tomando todo o meu coração. Era uma alegria tão boa ao chegar em casa e ver aquela coisinha peluda deitada no sofá me esperando com uma carinha de quem dormiu o dia todo. Era como se ela pudesse falar “nossa, como você demorou”. Logo em seguida, acompanhava meus passos pela casa até a hora de eu colocar o patê preferido dela no potinho. Depois disso, ela tomava aquele banho de gato e deitava no tapete da sala para assistir TV comigo. Eu sei que ela não assistia de fato, mas fazia questão de me fazer companhia.
Todos os dias foram lindos, cheios de amor, com muitos pãozinhos amassados (algo que só os gatos fazem) e muitas cabeçadinhas pedindo carinho. Até um dia em que cheguei em casa e ela não estava mais no sofá me esperando. A tristeza tomou conta de mim e aquele amor no coração foi preenchido por um vazio imensurável.
Eu nunca tinha pensando em como eu viveria sem minha gata e nem como seria tudo isso. A gente nunca gosta de pensar nessas coisas né! Nunca estamos preparados para perder uma pessoa ou um animal que amamos muitos. Hoje, posso dizer que a dor é igual. Desde que seja um ser que amamos e que vai fazer uma enorme falta no nosso dia a dia, a dor é devastadora.
Como vou dar risada das brincadeiras loucas dentro de casa, dos surtos de corrida do nada, do barulhinho de motor que saia do peito dela quando recebia carinho e do aconchego na hora de dormir?
Não sei dizer como será os próximos dias, mas o que eu sei, é que enquanto ela esteve comigo, ela foi muito amada, muito mimada e teve o melhor que pude dar. O meu conforto é saber que tirei aquele animalzinho da rua e dei uma vida digna a quem não tinha esperanças de viver, mesmo sem saber o que era a vida.
Sabe, os animais nos despertam o melhor na gente: a empatia, o amor incondicional, o perdão, a força de seguir em frente. E hoje, sou grata por tê-la tido em minha vida por todos esses anos.
Quando se adota um animal, não imaginamos como vão ser os próximos dias. É um processo de aprendizado para ambos os lados. A primeira comida no potinho, o primeiro uso da caixa de areia, o primeiro ronrom de felicidade, o primeiro aconchego na hora de dormir e o primeiro objeto destruído em casa. Apesar de tudo, inclusive da tristeza da perda, eu diria que adotar essa gata de rua foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. E faria tudo isso de novo.
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Disponível em: Como lidar com a perda de um animal de estimação? https://www.bitcao.com.br/blog/como-lidar-com-a-perda-de-um-animal-de-estimacao/#:~:text=Se%20voc%C3%AA%20perdeu%20um%20bichinho,chorar%20e%20se%20sentir%20triste. Acesso em: 16 de Agosto de 2019
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