Conviver com uma pessoa com depressão não é tarefa fácil. Mesmo que tenhamos feito de tudo para fazê-lo se sentir melhor, nem sempre a doença deixa a felicidade entrar. Apesar de ser difícil, não podemos parar de tentar ajudar até esgotar todas as possibilidades, pois, muitas vezes, o depressivo não consegue melhorar sozinho e sem ajuda profissional.
A depressão já está conhecida como a doença do milênio, pois está acometendo milhares de pessoas no mundo inteiro, sem seguir idade ou classe social. Essa doença é muito grave e sofre bastante preconceito. Muitas pessoas ainda julgam a depressão como frescura ou falta de religião, mas não é bem assim.
Depressão é uma doença psiquiátrica crônica que abala o emocional dos indivíduos que a possui e os fazem sentir os piores sentimentos possíveis, algumas vezes, podendo levar ao suicídio. Traz sintomas de tristeza profunda, falta de animo e prazer, distúrbios de sono e apetite, oscilações de humor, perda de interesse no que gostava, apatia, falta de esperança, ansiedade, angústia, irritabilidade e entre outros.
TIPOS DE DEPRESSÃO
– EPISÓDIO DEPRESSIVO
É um período de tempo em que o individuo apresenta alterações de comportamento por mais ou menos 6 meses. Esses episódios podem apresentar: variação de humor, tristeza, falta de energia, falta de prazer, insônia ou muito sono, falta de apetite ou aumento, pensamento e movimentos lentos, humor deprimido, falta de vontade e iniciativa para coisas comuns.
– DEPRESSÃO BIPOLAR
Existe a depressão tipo 1 (contém episódios de euforia) e o tipo 2 (episódios de euforia menos intensa). Fora do comportamento de euforia, os sintomas apresentados são iguais a qualquer episódio depressivo.
Momentos de euforia podem ser caracterizados por: hiperatividade, aumento na impulsividade e energia, falta de atenção, agitação, obsessão por focar em um só assunto, se ocupar com varias tarefas ao mesmo tempo.
– DEPRESSÃO ATÍPICA
Essa depressão costuma vir ocorrer quando tem predomínio de falta de energia, cansaço, aumento do apetite e ganho de peso, problemas de relacionamentos, medo de rejeição, aumento excessivo de sono, tristeza e o humor apático. Os sintomas são mais leves do que a depressão maior e, normalmente, acomete adolescentes em sua maioria do sexo feminino.
– DEPRESSÃO SAZONAL
Esse tipo de depressão costuma estar relacionada com o inverno, quando o individuo pode se sentir mais triste pela falta de sol. Em pais quentes como o Brasil são raríssimos esses casos. É mais comum acontecer em datas especiais, como o natal ou aniversário de ente que faleceu. Em momentos específicos do ano, as pessoas que sofrem de depressão sazonal passam a ter tristeza e os demais sintomas de depressão, mas não são prolongados.
– DISTIMIA
A distimia é uma depressão em que a pessoa consegue levar a vida normalmente, porém, essa pessoa apresenta pessimismo, irritabilidade, negatividade, mau humor, isolamento social e possui uma má qualidade de vida.
O diagnóstico é mais difícil por ser facilmente confundido com mau humor e com o jeito da pessoa. Mas quando diagnosticado, o tratamento é feito através de medicação e costuma melhorar os sintomas.
– TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
O quadro de transtorno depressivo maior é apresentado após os 30 anos de idade, no qual o individuo apresenta os sintomas depressivos por mais de seis meses, sendo um caso mais grave e podendo ter relação com fator genético. Ocorre uma alteração química no cérebro que pode ter como causa algum problema físico ou emocional.
– DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Acontece quando há queda brusca dos níveis hormonais na gestação que pode resultar em um quadro depressivo.
– DEPRESSÃO PSICÓTICA
Apresenta tristeza e os demais sintomas comuns de quem tem depressão, porém, apresenta junto sintomas incomuns como delírios e alucinações (ouvem vozes depreciativas e veem vultos). Apesar de ser uma depressão muito grave, são raros os casos de depressão psicótica.
– DEPRESSÃO DE FOCO ANSIOSO
Acontece quando a mesma pessoa tem ansiedade e depressão, podendo a ansiedade gerar depressão ou vice-versa. Assim como os outros tipos de depressão não tem causa confirmada, cada indivíduo apresenta seus motivos para desenvolver tais doenças psiquiátricas.
Os sintomas são: Alterações do apetite, insônia ou muito sono, cansaço, angústia, apreensão e desesperança, delírio, descontrole dos próprios pensamentos, dificuldade em se concentrar, perda de libido, dor e tensão muscular, falta de ar, hiperatividade, irritabilidade, medo, perda de memória, preocupação exagerada, mal estar, perda em fazer o que gosta, falta de prazer, tristeza.
COMO IDENTIFICAR A DEPRESSÃO NO PARCEIRO (A)?
A suspeita de depressão é indicada pela presença dos cinco ou mais dos seguintes sintomas, frequentemente por mais de 2 semanas.
– Tristeza profunda;
– Alteração de humor;
– Desinteresse pelas maiorias das atividades que costuma fazer;
– Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso;
– Insônia ou hipersônia;
– Agitação psicomotora ou apatia;
– Choro frequente;
– Fadiga ou perda de energia;
– Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;
– Baixa autoestima;
– Ausência de pensamentos positivos;
– Insegurança;
– Incapacidade de pensar no futuro;
– Irritabilidade;
– Perda considerável da capacidade de concentração e de pensar com clareza;
– Pensamentos frequentes de morte, suicídio ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida;
Esses sintomas nos ajudam a identificar e ajudar a pessoa com possível depressão, mas só o médico psiquiatra ou psicólogo podem dar o diagnóstico com total certeza.
COMO AJUDAR ALGUÉM COM DEPRESSÃO?
Se você identificar os sintomas citados acima em alguém que ama, busque ajuda de um profissional. Dê apoio, leve ao médico e deixe bem claro que você está ali para ajudar. É muito importante demonstrar empatia, amor e carinho. Todo ser humanos precisa de apoio, principalmente para combater uma doença que sofre muito preconceito e que muitas vezes é negligenciada.
Uma das coisas mais importante é evitar os julgamentos e sempre estar aberto a conversar. Às vezes, a pessoa só precisa desabafar e se sentir compreendido. Cada indivíduo tem seus motivos e razões para estar passando por isso e não cabe a nós definir e mensurar o que é sofrimento ou não.
Os familiares e amigos dos portadores de depressão precisam se informar sobre a doença, os sintomas, riscos e características para ajuda-la da melhor maneira. Para isso, há algumas dicas que podem ajudar a amenizar esse momento.
1 – Incentive o paciente a buscar ajuda profissional com psicólogo e psiquiatra. Se possível, o acompanhe;
2 – Esteja presente e mantenha contato;
3 – Ouça mais e fale menos;
4 – Não julgue;
5 – Incentivar a prática de atividades que tragam prazer;
6 – Converse sobre outros assuntos além da depressão;
7 – Não crie expectativa de cura imediata;
8 – Não faça comparações;
9 – Deixe o abraço aberto;
10 – Tenha muita paciência.
Tenha em mente que depressão não é frescura, falta de religiosidade e nem é usado para chamar atenção. As pessoas que sofrem dessa doença estão em tristeza profunda e a beira de um colapso. Seja um porto seguro para essas pessoas. Ajude-os a sair desse buraco e alcançar a paz interior. Depressão tem cura! Não desista!
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Disponível em: Como lidar com a depressão do companheiro ou familiar?https://blog.eurekka.me/como-lidar-com-a-depressao/ . Acesso em: 05 de Novembro de 2019.
Um comentário em “Como dar apoio a seu companheiro(a) com depressão”